Everything hurts

Saí cedo hoje, resolvi ir no banco pra minha mãe, e quando saí de lá resolvi andar um pouco nas ruas do centro ( isso era umas 6:30 da manhã)

Peguei um ônibus errado, o que me fez descer beeem longe da onde eu queria descer, passei pelas ruas onde eu sempre passava quando ia pra escola ( confesso que deu saudades)
Quando realmente percebi que eu tinha que caminhar mais ou menos umas 5 longas quadras até o centro, o que foi bom até, eu estava em jejum. E aproveitei a caminhada pra pensar, nas ruas gélidas e chuviscos só via moradores de rua dormindo e prostitutas passando, o silêncio era bom, o vazio daquelas ruas eram bons, e eu imaginava que logo mais aquelas ruas iriam ter muitas pessoas, atrasadas pros seus trabalhos, pessoas com seus comércios e tudo mais.
Quando cheguei no meio do caminho eu já estava suada, isso porque eu estava usando uns 2 casacos e 2 blusas por baixo. E quando enfim cheguei ao centro, as ruas estavam mais movimentadas, resolvi ficar na rua de um shopping onde tinha um mar bem na frente, apesar do chão meio molhado da chuva eu resolvi sentar no chão pra descansar.
Quando percebi tinha uma senhora chegando perto de mim, uma moradora de rua, ela sentou do meu lado e começou a conversar, e eu no inicio não queria papo, porque achei que além de mim ela também era maluca, mas me enganei, a senhora com seus 60 anos muito educada e simpática se desmanchou a falar, falou muito de tudo e contou de toda sua família, da família que a abandonou, sem filhos, sem marido, que contava apenas com a má vontade da irmã que não parece ligar do fato da propria irmã ser moradora de rua e correr todos os riscos que a rua tem, me disse que mora há 6 anos perto daquele shopping e que nesses tempos achou alguns amigos que a ajudavam muito dando dinheiro pra comer e cigarro, e que deram roupas, celulares e comida, mas como ela se encontrava com dor, não queria ir ao médico e que não comia comida descente a 2 semanas, tava sobrevivendo a biscoitos, sanduiches e pão, e na hora eu pensei ali de que se eu realmente pudesse, eu a ajudava, triste era ver os olhares de reprovação das pessoas que passavam e viam a gente sentada no chão conversando, e como na rua só tem gente meia doida, chegou um cara perto da gente puxando papo, um cara bem vestido e tal, deu dinheiro pra senhora ir comprar café, e como ela não podia ir, eu fui e comprei pra ela, e quando voltei dei a ela o café e conversamos mais um pouco até que eu tive que ir embora.
Aquela senhora me fez pensar, que, se sua vida é uma merda, nem liga porque tem gente muito pior.
E é assim, sem previsão de melhora, Sem paz, Sem esperança e sem nada ( é assim que eu penso faz anos)

E pra piorar tudo entrei numa farmácia pra ver meu peso, 53 kgs. PQP mesmo depois da longa caminhada e das tremedeiras do jejum não serviram pra merda NENHUMA.

E sigo com minhas confusões mentais e ouvindo Punk Rock ....






Comentários

  1. Oi Amy,
    É muito triste essa realidade. I felizmente, como você disse, mão há melhora, o que é uma pena já que essas pessoas tem tanto a ensinar.
    Talvez seu peso não tenha mudado porque você estava cheia de roupas.

    XO
    Ddeepgreen.blogspot.com

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  2. Tenho ressalvas com moradores de rua. Fico imaginando quanto não aprontaram até a família desistir deles. E em todas as facilidades que o governo oferece para que saiam desta situação mas continuam porque é mais fácil e livre viver assim.
    Não fique brava, o peso não muda tão rápido assim, tenho certeza que seria pior se tivesse comido e não caminhado nada, você vai ser recompensada pelos seus esforços cedo ou tarde :*

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  3. A vida é cheia de momentos assim, o jeito é seguir em frente, esforço maximo, passa por cima dos obstáculos, não tem outro jeito, e mantem a calma, se foca no objetivo, dificuldade tem que ser gás pra servir de combustivel

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